domingo, 7 de junho de 2015

Revisão ortográfica?

Um equívoco muito comum, ao se referir ao trabalho do revisor, é chamá-lo de revisão ortográfica. Acontece que a ortografia é apenas uma parte pequena do nosso trabalho.

Além da ortografia, normalmente verificamos a pontuação, a ordem das orações, a sintaxe, a repetição de termos, além da coerência e da coesão. Vamos ver algumas dessas questões.

- Ordem das orações:

Podemos dizer que uma oração está em ordem direta quando seus termos apresentam a sequência SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + ADJUNTO.
Quando esses termos não aparecem exatamente nessa sequência, dizemos que a oração está na ordem indireta.

O exemplo mais famoso é o Hino Nacional:
“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante”.
Não é nada fácil entender quem ouviu o quê, correto? É isso que costuma acontecer na ordem indireta: a comunicação não flui tão facilmente quando na ordem direta:
“As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico”.
Dessa forma não há erro, correto? Assim trabalha o revisor: simplificando tudo aquilo que deve ser simples. (Sim, pois muitas vezes há que se respeitar o estilo do autor.)

- Sintaxe:

Um exemplo de problema de sintaxe é o uso incorreto do pronome “onde”.
Veja: “Nas horas onde você mais precisa”.
Sabemos que o pronome “onde” se refere a lugar, não a hora. Neste caso, deveríamos usar o pronome “quando”.
“Nas horas quando você mais precisa”.
Ou então, o nosso velho amigo “que”, precedido da preposição em:
“Nas horas em que você mais precisa”.

- Repetição de termos:

Um bom texto não deve apresentar muitas palavras repetidas, substituindo-as por pronomes ou ainda por sinônimos.

Portanto, da próxima vez que você se referir ao trabalho de um revisor, chame-o de revisão linguística (muito mais abrangente que “revisão ortográfica”) ou simplesmente de revisão de textos.

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